quinta-feira, 29 de outubro de 2009

“De quatro” por Deborah Colker

Companhia de dança traz apresentação para onde Judas perdeu as botas

No dia quatro de outubro, eu sei faz tempo, mas o que vale aqui é a experiência, fui assistir a Companhia de Dança Deborah Colker na minha cidade. Eu gosto de dizer assim NA MINHA CIDADE porque, infelizmente, muitas manifestações culturais tem preguiça de vir até aqui, que é tããããão longe. Engraçado é que, quando vem, elas descobrem que é bem mais pertinho do que pensavam...Mas não tem problema, a gente continua se manifestando aqui, pois sendo Caxias uma cidade grande reunindo muita gente, não poderia deixar de produzir, pensar e viver muita cultura também.
Mesmo assim, essa tal cultura com “c” maiúsculo quase não vem pra cá. Acho que é porque nós da Baixada não temos bom gosto e dificilmente entenderíamos manifestações tão complexas.
Não sei explicar muito bem o porquê, mas lotamos a tal Praça do Pacificador, onde seria o evento, muito antes, inclusive, do seu início. [esse “Pacificador” vem do homem montado no cavalo que deu nome a nossa Cidade e de pacifista não tinha nada. Gandhi se remexeria em seu túmulo, caso não tivesse sido cremado]
[Ah, eu vou usar esses colchetes sempre que emitir comentários fora do assunto principal, como agora]

É dada a largada

Primeiro assistimos “cantos”. E é incrível como a apresentação ao ar livre deixou as pessoas libertas para expressarem suas impressões. Foi uma chuva de “Oh”, “caraca, pai”, “que lindo”, “onde ela está presa?”, “como se faz isso?” e “claps, claps, claps”. Muitas palmas e em diversos momentos, politicamente corretos ou não, deram uma emoção maior ainda aos quatro atos, que eram lindíssimos.

Fim do primeiro ato

Foi dado um intervalo de 30 minutos para preparar o palco. Foi nessa hora que eu, inocente, achei que conseguiria andar até mais a frente e conseguir um espaço adequado, tipo área vip

[Mini flash-back]

Precisei desse mini flash-back pra desabafar o seguinte: entendo que a apresentação merecia ser vista ao ar livre, mas confesso que o local não foi em nada preparado para quem fosse assistir os bailarinos. O palco externo é muito alto e as partes do espetáculo feitas no chão só foram vistas pela equipe brasileira de basquete que marcou presença lá [?]. Além disso, não houve reserva de lugares para idosos ou crianças e quando as pequenas eram erguidas nos ombros dos pais já começava o “abaixa aê”, “sai da frente”. Além disso, me irritou bastante descobrir que, um dia antes, o mesmo espetáculo tinha sido realizado dentro do teatro, só que guardaram isso em segredo e não foi divulgado, ou foi divulgado pro grupo dos não-eu importantes.

[Fim do mini flash-back]

Qual não foi minha surpresa ao ver que, apesar do intervalo, as pessoas não saíam de seus lugares; e mais, começaram a ir andando pra frente. Estavam todos, como eu, buscando uma área mais vip.
E quando eu vou nesse “pra frente”, encontro o Sérgio. Gente, o Sérgio é um evento. Sabe aquele tipo de pessoa boa, boa, boa toda vida? Que dá tchau com o braço bem erguido mostrando o sovaco e abraça apertado? Esse é o Sérgio.
Juntos, comentamos que estava difícil de ver muito bem, mas que mesmo assim, estava muito lindo.
Quando a própria Deborah Colker, ao piano, interpretou uma sonata de Mozart para duas bailarinas, entitulada “Meninas”, foi a minha vez de sentir que fazia parte do espetáculo, pois apesar de o Ballet estar no palco precisei manter a pontinha dos pés o tempo todo, cheia de vontade de ver tudo.
Foi quando recebi o calço do meu namorado, que ofereceu seus pés de apoio aos meus e me deu seu rostinho para encostar. [Ahhhhhhhhh, cheiro de namorado...]

No final, foi visível a emoção dos bailarinos e da Deborah (posso chamá-la assim uma vez que veio para a minha cidade). Eles agradeceram com muita alegria uma seis vezes, sempre recebendo calorosos aplausos. Eu ainda quis tentar uma entrada no camarim, uma entrevista com eles para descobrir o que sentiram, para falarem da experiência, mas a noite já tinha valido a pena e o que eu queria mesmo era falar da MINHA emoção de assistir. E, demorou, mas falei!

Um comentário:

  1. Ahh Mari, me emocionei junto... nossa imagino como não foi lindo, maravilhoso... e exigir cultura deveria ser um ato de orgulho do povo Brasileiro neh?
    Nossa que pena que eu não estava aí, junto de vc!!!
    Saudades linda menina.. e vá ao meu blog.. ele está lindo!
    te amo, bjs...

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Só para quem não é baú!