terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sopa de palavras



Apesar de todo mundo insistir na rigidez do Português, eu já me conformei e hoje até assum: graças a Deus que a língua é coisa viva!

Nada como aquelas trocas engraçadíssimas que fazemos utilizando as palavras em contextos errados. O namorado é mestre nisso e me faz rir por meia hora. Acho que é de família. Hoje o pai dele disse que as vans não vão mais até a Central e, por isso, em certo ponto disponibilizam uma imigração (????). Acho que era integração a palavra. Ficamos imaginando as vans com placas tipo: recebemos japoneses, brasileiros. rs.

E se falarmos nas ênfases, como a gente fala com “força”. Meu pai sempre diz: “Eu acho que para mim na minha opinião”. É, ta querendo mesmo se certificar de que não tem ninguém falando por ele...

Outro exemplo está na dificuldade de começar as palavras que tem consoantes juntas no início. Dá uma preguiiiiiiça. Bom mesmo seria falar: Ededron, póprio, gampreador. É porque acho que tem ser num crescente então seria preguiçosamente correto deixar a sílaba mais “pomposa” no final.

Que bom que já era esse negócio de os óculos, as calças e as tesouras. Um corte bastante justo. Ainda que os óculos ainda seja o “correto”, ele já não mora faz tempo na minha, na sua, na NOSSA língua, que não é portuguesa, mas brasileira.

Que bom ainda que a gente anda longe dos dicionários nessa hora e vai de boca em boca se reinventando. Fala sério, não tem muito mais vigor quando a gente houve um FRamengo? Aquele Framengo bem mandado nos faz até ter vontade de mudar de time. “Não, eu não sou Flamengo, torço pelo Framengão”. Dá até arrepio...

Hoje foi lá em casa a moça. E ela disse assim: nossa, Paraty e Austrália são minhas cidades favoritas. E quem ia corrigir; eu, você? Mas pra quê? Deixa a mulher abusar da língua, reformular seus significados...

A gente precisa é se fazer entender, é comunicar. Então, na feira, a caneta é dois real, a gente vendemos traide (o chiclete), nescobol (o chocolate) e pastilha de alcalipto.

Tá, eu sei, na escola é tudo de outro jeito. Mas é divino que não se passe o tempo todo lá. Também admiro demais Machado de Assis, que amando tanto a Língua Portuguesa fez um malabarismo lindo com ela. Mas não sejamos chatos e engessados, esse português é tão denso que valem nele ainda as nossas interferências pessoais.

Já é?

P.S.: É impossível não escrever esse post sugerindo uma visita ao vídeo da Vanusa cantando o Hino Nacional. Como diriam minhas amigas: Déllllls!

http://www.youtube.com/watch?v=6w9MpztV4gk

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O tudo no nada e o nada que é o tudo.


Virose é qualquer doença e doença alguma.

...


Isto é um post! rs
;)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dinâmica de grupo: as aventuras de uma estudante desesperada



Segue assim:

Levanta a menina às cinco da manhã, depois de uma noite difícil e incômoda pelo apagão que afetou Deus e o mundo literalmente. Ainda num swing meio torto e com remela no olho entranochuveiro/saidochuveiro / tomacafé/ pentiaoscabelos/ passacreme/passaperfume/passamaquiagem/ passaroupa/vesteroupa: Linda!

É assim que começa a tarefa ingrata de ir para uma dinâmica de grupo.

Objetivo: Barra da Tijuca (ai, não tem mais perto não, moço? NÃO! Agora é tudo lá, filha.)
Ponto de partida: Caxias City

Acorda o pai e ganha uma carona até o ponto de ônibus. Entra em pé no ônibus e assim permanece durante toda a viagem...Caxias/LinhaVermelha/Av.Brasil/LinhAmarela/túnel/rua/ruaslargas/shoppings/condomínios/empresas

Sejam bem vindom à Barra da Tijuca, onde tudo é monumentaaaal

Menina: Moço você sabe onde fica Perinatal?
Voz vinda do fundo: Eu vou descer lá!
Menina: Eu tô procurando o condomínio Office Tower Center New York Newsletter
Voz: É lá que eu trabalho!
Menina: Eureka!!! (brincadeirinha...)

Menina conversa com a voz até lá. Depois disso até tomam café juntas. Ela e a voz ali contando coisas, falando do café, do tempo, de emprego. Era boa aquela voz.

Como Menina chegou cedo, fica um tempão lendo revistas. Sabe aquelas revistas velhas? Tinha um jornal de abril de 2009. Qual não foi minha surpresa quando percebi que ele estava cheio de novidades pra mim.

A Arena

Oi, Meu nome é Carlos Bonner Marinho, e desde bem pequeno eu já segurava um gravador e um microfone e adorava entrevistar meus familiares. Eu falo cinco linguas, luto três modalidades e sou tradutor de esperanto. Fui criado na França e vim pro Brasil aos 7 anos. Comecei fazendo Letras Português-Grego, abandonei tudo e fiz intercâmbio nos EUA. Lá eu lavei muito banheiro, apertei bota do pessoal que tava esquiando, resumindo, aprendi muito. Escolhi a faculdade de Comunicação porque depois de formado eu já pretendia trabalhar aqui nessa empresa. Tudo o que eu faço é voltado pra isso, é meu sonho mesmo.

Um Objeto que vc gostaria de ser:
Uma escada, para alcançar altos degraus e fazer parte daqui

Um animal:
A águia, que tem foco, é como eu na busca de um objetivo. O meu objetivo atual é estagiar aqui

Uma semente:
Qualquer uma modificada, pelo espírito inovador que carregam, muito parecido com o desta empresa

Depois das entrevistas, na presença dos olhos sufocadores das gestoras, algumas brincadeiras.

Grupos. Vocês são uma confecção de unifomes em 15 minutos.
Quanto comprou? quanto vendeu? quanto faturou? qual a visão da empresa?

Grupos. Vocês são um jornal em 15 minutos.
Como atuam? qual a tiragem? qual o público-alvo? qual o nome?

Fofoquinha entre gestores.

RH: - Ana, Rita, Joana, Iracema, vcs ficam para a entrevista com as gestoras, última etapa do processo. Parabéns! (tudo isso em uma sala trancada, sem a presença do grupo)

RH: - Mariana Freire, Paula, Alice, Priscilla, Érika, Vanessa, João, me aguardem por favor naquela sala?

Enquanto rola conversa com o terceiro grupo lá fora, as meninas se olham dentro da sala. As meninas eram todas olho. Olho apertadinho de, o que será que vem? Reprovadas ou banco de dados?

RH: - Olha, eu tenho uma notícia ruim pra vcs. Vocês não foram aprovadas. Não, não, não há um motivo específico pra cada, é uma questão de perfil da empresa [vocês definiram o perfil pela dinâmica do quebra-cabeça ou a forca?]. Obrigada por participarem e desçam (disfarçadamente) passando pela porta de vidro.

Menina sai. Se antes era toda olho, agora é toda um ponto. Onde será que falhei? Será que eu não modelei direito a massinha na hora de fazer o objeto? Será que eu falei pouco? Será minha roupa? Será que eu falei muito? Será que eu sou feia?

Ficou com vontade de entrar com um recurso. Um recurso humano, que envolvesse uma questão básica: vocês procuram um estagiário e me avaliam apenas com atividades onde 50% das pessoas fingem um personagem perfeito o tempo todo e as outras 50% estão quase desmaiando de tensão? Porque não conversam comigo pra me conhecer? Enfim...

Bjsnosvemosnaentrevista.